Com o apoio do Montepio Geral, foi possível a aquisição de um terreno, denominado “Os Três Sois” e o início do processo de compostagem e alojamento dos vários animais que possuímos. Esse processo foi reforçado e enriquecido significativamente pelo Prémio da Fundação Manuel António da Mota 2010 que nos permitiu adquirir as alfaias necessárias para a implementação efetiva da nossa agricultura e a vedação dos respetivos espaços e outras obras inerentes. Em 2013 foi implantada uma estufa com cerca de 400 m2 para produção agrícola em continuidade, graças à atribuição do Prémio BPI CAPACITAR 2013.
A quinta dos ”Os Três Sois” constitui-se assim como atelier pedagógico e terapêutico em que agricultura e agropecuária são as principais ferramentas. Este passou, também, a ser um espaço partilhado frequentemente por alunos das escolas da região, tanto no sentido de visitas e aprendizagens como também no de permitir estágios a cursos profissionais. Acentuámos desta forma, a nossa atuação no aproveitamento, no cuidado e na preservação da terra e da paisagem, estimulando o respeito pela natureza e mudando ainda, gradualmente, hábitos e práticas menos ecológicas e sustentáveis.
Vivemos num meio rural e como tal temos à disposição um meio terapêutico natural, vivo e dinâmico: a Terra. Este atelier (desenvolvido no espaço circundante da ASTA, nos (“Os Três Sois” e na “Quinta da Ribeira” e algumas terras cedidas pelos habitantes) permite e promove competências motoras e sensoriais, dissolve bloqueios neurológicos além de desenvolver uma sensibilidade rítmica de acordo com a natureza e as estações do ano. Clarifica e afina a consciência ecológica e holística sobre a nossa relação fundamental com o cosmos e coloca-nos na sua polaridade, sendo um trabalho espiritualizante e respeitador do que: é preciso acarinhar para dele termos o retorno através dos alimentos que comemos, da água que bebemos, das flores que cheiramos… Suscita ainda a alegria e sinergia grupal ao ar livre nas sementeiras e recoltas.
Enfim, é um atelier gerador de potenciais e estabilizador de humores, além de dar um sentido de trabalho e responsabilização que promove também a sustentabilidade.
Terra, profunda terra
Mãe!
Com as nossas mãos te trabalhamos
Com o coração te amamos
Com a boca te saboreamos
Abrimos-te em sulcos
Semeamos-te de vida
Damos-te a beber
Tu dás-nos as cores
E afagas as dores
Dás-nos alimento, que ajuda a crescer
E ensina a viver
Ó TERRA! Sê o nosso sustento
Maria José Dinis da Fonseca
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